PABLO BESSON, PRIMEIRO DEFENSOR DOS DIREITOS EVANGÉLICOS NA ARGENTINA

 

PABLO BESSON, PRIMEIRO DEFENSOR DOS DIREITOS EVANGÉLICOS NA ARGENTINA

Por: PABLO BESSON

Biografias

Pablo Besson nasceu em Nod, cantão de Berna, próximo a Neuchatel, Suíça, em 1848. Filho de um pregador da Igreja Reformada e de uma mãe de origem valdense, que exerceria sobre ele muita influência, através do relato da história de seus ancestrais, os valdenses, descrevendo as cenas de fé, heroísmo e fidelidade daqueles crentes. “A piedade, o estudo, o exercício e o trabalho uniram-se na sua educação inicial para resultar num carácter enérgico e num espírito livre” (S. Canclini).

            Ele seguiu o caminho que seus pais lhe marcaram, de tal forma que, ao entrar na idade adulta, o próprio Basson se tornou um pastor batista bem treinado. Estudou na Faculdade de Teologia da Universidade de Neuchatel (1868), com professores como Federico Godet (1812-1900), entre outros. Na Alemanha estudou com o sábio Lobegott Friedrich Constantin Tischendorf (1815-74) de Leipzig. Dele recebeu sua paixão pela crítica bíblica. No entanto, o grande acontecimento na sua vida espiritual veio através de Christoph Ernst Luthardt (1823-1902), que lhe mostrou diretamente o caminho da salvação pela pura graça através da fé.

            Arrependido, aceitou Cristo em seu coração e pela primeira vez em sua vida sentiu-se verdadeiramente cristão, regenerado pelo Espírito de Deus, confiando apenas nos méritos de Cristo. Ao retornar de Leipzig estudou novamente na Universidade de Basileia, para terminar a licenciatura em teologia.

            Em 12 de outubro de 1870 foi ordenado ao ministério da Igreja Reformada. Foi pastor substituto em vários lugares, até que em 1871, junto com outros 22 pastores, 5 assistentes ministeriais e 3 professores de teologia, renunciaram à Igreja oficial e fundaram uma Igreja independente da interferência do Estado.

            Convidado pelos pastores franceses A. Duchemin e Leopold Monod, foi para a França como evangelista, na cidade de Lyon. Lá ele entrou em contato com uma pequena congregação batista, o que o levou a confrontar e estudar as diferenças sobre a questão do batismo de crianças, como acreditava sua Igreja, ou de adultos com base na fé pessoal. Convencido deste último ponto, renunciou ao Conselho de sua Igreja e foi batizado por imersão, para surpresa de seus conhecidos, amigos e familiares.

            Algum tempo depois, a Missão Batista de Boston (EUA) aceitou seus serviços como evangelista na região norte da França, à qual dedicou seis anos de árduo trabalho.

            Em 1881, um grupo de crentes batistas suíço-franceses pediu-lhe ajuda para a Obra numa terra distante da América do Sul. Pablo Besson chegou à Argentina em 1881, convidado por uma pequena colônia agrícola de batistas franceses em Esperanza, província de Santa Fé.

            Linguista competente e batista fervoroso cujas convicções nasceram do estudo das Sagradas Escrituras, Besson mudou-se para Buenos Aires. Lá ele organizou a primeira igreja batista argentina de língua espanhola. Este foi um afastamento radical da tradição, visto que as poucas congregações evangélicas até então estavam disponíveis apenas para grupos de língua estrangeira.

            Besson iniciou uma luta pela liberdade religiosa (culto, casamento civil, enterro oficial para não-católicos, educação etc.) e a sua caneta fluida e mente perspicaz rapidamente encontraram eco no espírito liberal da nova Argentina.

            Aos 57 anos, em outubro de 1905, casou-se com Margaret Mealley, viúva do pastor batista inglês Jorge Graham. Em março de 1927, aos 79 anos, renunciou ao cargo pastoral por motivos de saúde. Muito querido por todo o movimento protestante argentino, faleceu em 30 de dezembro de 1932.

            Estudioso, amante de livros, escreveu importantes ensaios sobre história e apologética. Mas ele é mais conhecido por sua tradução duradoura do Novo Testamento, a primeira em toda a América Latina, feita do grego para o espanhol.

 

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