WILLIAM MORRIS

                                                             WILLIAM MORRIS

Por: APOSTOLO DA INFÂNCIA (Por Darío López Belot)

Biografias

“Instrua a criança no seu caminho e mesmo quando ela crescer não se desviará dele.” (Provérbios 22,6)

            William C. Morris nasceu em 16 de fevereiro de 1864 em Cambridge. Órfão de mãe aos 4 anos, sua família viajou para a América do Sul em 1871, estabelecendo-se primeiro no Paraguai e depois na cidade de Rosário. Anos depois instalou-se na cidade de Buenos Aires onde iniciou seu trabalho com as crianças em uma sala de aula improvisada no humilde bairro de La Boca. Corria o ano de 1892.

            Em 1898 Morris alugou uma casa em Palermo (que não era a que conhecemos hoje...) convertendo-a em escola. Depois de terminar, foi em busca do material mais precioso, os filhos. A anedota conta que certa manhã, quando Morris saiu em busca de alunos, um grupo de meninos hostis começou a gritar loucamente e a zombar dele. Mas o bom homem não se encolheu e encarou-os e separando um do grupo pediu-lhe que o acompanhasse, ao que ele concordou, seguindo-o então o resto do grupo. Ao chegar ao local, auxiliado por um casal que havia contratado para ajudá-lo, lavou-os, calçou os sapatos e iniciou seu trabalho educativo. A matrícula inicial de seu estabelecimento era de 18 meninos. No ano seguinte eram 200.

            Em local adjacente, foi inaugurada uma escola para moças, começando também com 18 alunas. Logo eram quase 200. Quase imediatamente foi inaugurado outro estabelecimento, perto de Arroyo Maldonado, com mais de 90 alunos. No total, nas suas três primeiras escolas teve mais de 550 alunos!

            Mas para levar a cabo a sua tarefa, Morris precisava de recursos. E assim como saiu em busca dos filhos, saiu em busca de recursos. Contatou Ernesto Tornquist, banqueiro que não só o apoiou financeiramente, mas também lhe abriu as portas para chegar ao então Presidente da Nação, Julio A. Roca.

            As suas escolas foram subsidiadas, mas o trabalho cresceu e com ele as necessidades e os recursos tornaram-se escassos. Morris então compareceu perante a Câmara dos Deputados pedindo a alguns de seus membros que visitassem seus estabelecimentos. Depois de o fazer, todos concordaram com o que tinham visto e foi decidido fazer uma dotação “para as escolas do Sr. Morris” dentro do orçamento atribuído ao Departamento de Instrução 2.

            Em 1913 os benefícios do trabalho atingiram mais de 5.000 crianças. Não lhe faltou oposição devido ao seu caráter de cristão protestante. Mas também teve seus patronos, inclusive nas esferas oficiais: alguns presidentes argentinos (generais Bartolomé Mitre, Julio Argentino Roca e Marcelo T. de Alvear); a Antonio Sagarna, Ministro da Instrução Pública e posteriormente Juiz do Supremo Tribunal; a Ramón J. Cárcano, presidente do Conselho de Educação 3.

            Enquanto tudo isso acontecia, Morris continuou sonhando e agindo em nome das crianças. Eu estava pensando em criar uma “casa das crianças”. Antes de poder implementá-lo, tinha estabelecido outros sistemas, como a entrega de crianças órfãs ou abandonadas a famílias bem estabelecidas, por vezes pagando uma quantia e outras vezes incentivando as famílias a adotá-las de acordo com a lei.

            Finalmente, em 29 de maio de 1925, fundou o “Lar El Alba” para crianças órfãs e sem-teto. O que foi possível graças à doação da sua obra por um amigo, José Solari, um italiano que, tal como o nosso bom amigo, era órfão. Na sua inauguração Morris expressou:

            “A Obra pede, mas a Obra dá, e dá muito; É positivo, é lindo, “é seu”; Ame-a, de todo o coração, ajude-a, mesmo que isso lhe custe algum sacrifício, e Deus que a abençoou até hoje, continuará a abençoá-la e abençoará cada sacrifício em favor de tão nobre e sagrada Obra.”

            Os anos seguintes foram de grandes dificuldades económicas, especialmente durante os primeiros anos da chamada “década infame”. No entanto, o trabalho de Morris ainda perdura nos milhares de crianças que foram alcançadas pelo seu amor, porque Morris não fez outra coisa senão a obra de Deus e, como o nosso bom Pai, aproximou-se dos mais vulneráveis, dos mais ternos, dos mais fracos.

            Um mês antes de morrer, quando já não tinha forças nem para pegar na caneta e escrever, pediu ao amigo António Sagarna que intercedesse junto do Presidente Justo pelos subsídios atrasados ​​e para que não descuidasse as escolinhas, as oficinas onde ensinavam os ofícios, o Lar El Alba, as mais de 7.000 crianças, os professores...

            William Morris foi estar com o Senhor no dia 15 de setembro de 1932, em Sohan, Inglaterra. Ao lado dele estava Cecília, sua sócia e colaboradora há mais de 30 anos.

 

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